Cubismo
Definitivamente, no século XX todas as coisas mudaram mais rapidamente do que qualquer época da história da humanidade. Essas mudanças também são sentidas e refletidas na arte. A quantidade de mudanças durante esse nosso século, incluindo nossos experimentos na pintura, escultura e arquitetura, é enorme. O mundo se transforma, ficando em constante movimento.
A origem do cubismo
Em um momento decisivo para a arte, o cubismo surgiu logo no início do século XX como uma resposta ao Fauvismo, tendo em Cézanne seu inspirador. No final de seu período, o artista considerava que a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Essa regra foi seguida no estilo da pintura criada por Picasso e Braque, que se caracterizou pelo abandono da representação de apenas um ângulo do tema, sendo este que pela combinação de numerosos ângulos sobrepostos, que comumente tem a forma cubóide ou geométricas. A obra de arte é considerada um fato plástico, livre da limitação direta das formas naturais, propondo transformar sua visão com a ajuda de formas geométricas.
Natureza morta ou Le Jour
Georges Braque
O nome cubismo também veio de um Louix Vauxcelles, o mesmo que deu a denominação fauves, sendo logo aceita por todos, principalmente pelos seus dois expoentes: Pablo Picasso (1881-1974) e Georges Braque (1882-1963).
O cubismo se divide em três fases: cezaneano, analítico e sintético.
O cubismo cezaneano é dominado pela vontade de estruturar a obra mediante a decomposição geométrica, com uma poderosa sensação de volume, peso e espaço, com o fundo de cor abstrata, tendo sempre a presença do cinza em seus tons.
Outra fase é o cubismo analítico, que tem como base à decomposição minuciosa dos objetos, quebrando-os em múltiplas faces, com uma pobreza de cores (tons cinza e marrom). Nessa fase, destacamos a obra de Picasso, Les Demoiselles d'Avignon. Segundo consta, quando Braque viu a obra ficou atônito e insatisfeito com seus próprios experimentos, pintando Casas do Estaque, no qual a luz vem de vários pontos.
Les Demoiselles d'Avignon
Pablo Picasso
Por fim, a última fase é o cubismo sintético, em que há uma lenta diminuição da decomposição da forma, estabelecendo um leve dualismo entre a figura e o fundo, sendo essa fase também conhecida como colagem, porque se introduziram letras, palavras, números, pedaços de madeira e até objetos no quadro; tudo isso explicado como uma forma de o artista ultrapassar os limites da visualidade. Um dos grandes expoentes dessa fase foi Juan Gris (1887-1927), que combinava composição e espaço pictórico, e Fernand Léger (1881-1955).
Nus em fundo vermelhos
Fernand Léger
Com certeza, a mais famosa obra cubista é Guernica, de Picasso, pintada em 1937, em um painel de 3,50 x 7,82 metros, após o bombardeio feito pelas tropas nazistas a pequena cidade homônima, durante a guerra civil espanhola.
O cubismo fez grandes inovações nas artes ao introduzir materiais a pintura, dando maior destaque à textura.