Da Pré-Historia à Arte Greco-Romana

Sumário
  1. Arte Pré-histórica.
  2. Arte Egípcia.
  3. Arte Grega.
  4. Arte Romana.
1. Arte Pré-histórica.
    Os Primórdios da Arte

        Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-História. Esse período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem.
        Na sua definição estrita, considera-se arte pré-histórica as manifestações que existiram antes do advento da escrita no planeta como um todo. Isso pressupõe, como se pode imaginar, uma heterogeneidade que dificilmente pode ser submetida a uma classificação dentro de características uniformes, como se tratasse de um movimento artístico dentro da história da arte. De fato, é valido perguntar a partir de que momento começou a existir uma arte pré-histórica e quais são as manifestações que devem ser analisadas como tal.
        Nesse contexto, a produção do homem pré-histórico, pelo menos a que foi encontrada e conservada, é representada por objetos em grande parte portadores de uma utilidade, seja ela doméstica ou religiosa: ferramentas, armas ou figuras com uma simbologia específica. No entanto, seu estudo e a comparação entre elas permitiram constatar que já existiam então noções de técnica, habilidade e desenho, embora não se possa separar o conceito de arte, em praticamente nenhum caso, dos conceitos de funcionalidade e religião.
Divisão da Pré-História 
Paleolítico Superior 
Uma das primeiras expressões artísticas do homem pré-histórico foi a mão em negativo, que consistia na pintura do contorno da mão na parede.
         A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e que fazia parte de um processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Então, este homem acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num desenho.
Segundo cavalo chinês
O homem deste período era nômade, e utilizava as cavernas como abrigo. Sendo local para as pinturas rupestres.
        Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas.        
        Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf.
Vênus de Willendorf
      Neolítico
A fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu início ao trabalho com metais.
       Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização. Como conseqüência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da vida coletiva. 
Cena de caça
     Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal.
      Desse período temos as construções denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto.
Dolmens 
2. Arte Egípcia
    A Arte para os mortos

       Uma das principais civilizações da Antigüidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais.
      A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda a produção artística desse povo.
       Além de crer em deuses que poderiam interferir na história humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente.
       O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do faraó defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.
     Pintura
     A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo, uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura. Entretanto, é preciso esclarecer que, devido à função religiosa dessa arte, os princípios pictóricos evoluíram muito pouco de um período para outro. Contudo, eles se mantiveram sempre dentro do mesmo naturalismo original. Os temas eram normalmente representações da vida cotidiana e de batalhas, quando não de lendas religiosas ou de motivos de natureza escatológica. 
     As figuras típicas dos murais egípcios, de perfil, mas com os braços e o corpo de frente, são produto da utilização da perspectiva da aparência. Os egípcios não representaram as partes do corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e o toucado aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados de frente. Essa estética conhecida como a lei da frontalidade, manteve-se até meados do império novo, manifestando-se depois a preferência pela representação frontal.
Outras características existentes na pintura egípcias eram a ausência de três dimensões, a ignorância da profundidade e o colorido a tinta liso, sem claro-escuro e sem indicação do relevo.
       Quanto à hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho.
Cena de caça nos pântanos – Novo Império – Museu Britânico, Londres
      Escultura
Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade.
Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de inscrições.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobria colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.
Escriba sentado, Museu do Louvre, Paris
     Arquitetura
As características mais importantes da arquitetura egípcia são a solidez, durabilidade, sentimento de eternidade  e o aspecto misterioso e impenetrável.
Os templos de Carnac e Luxor são os mais significativos da arquitetura, sendo  ambos dedicados ao deus Amon.
Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididos conforme seu capitel:
  • Palmiforme - flores de palmeira;
  • Papiriforme - flores de papiro;
  • Lotiforme - flor de lótus.
 
Colunata Palmiforme
Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos em três categorias:
  • Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó;
  • Mastaba - túmulo para a nobreza;
  • Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo.
Pirâmides de Gizé – Antigo Império de Gizé
As pirâmides, também consideradas a morada dos mortos, tinham base quadrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences.

3. Arte Grega
    A Razão na Arte
          
         Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predomina o ritmo, o equilíbrio e a harmonia ideal.
Os gregos foram os primeiros artistas realistas da história, ou seja, os primeiros que se preocuparam em representar a natureza tal qual ela é. Para fazerem isso, foi fundamental o estudo das proporções, em cuja base se encontra a consagrada máxima segundo a qual o homem é a medida de todas as coisas. Pode-se distinguir quatro grandes períodos na evolução da arte grega: o geométrico (séculos IX e VIII a.C.), o arcaico (VII e VI a.C.), o clássico (V e IV a.C.) e o helenístico (do século III ao I a.C.).
      Pintura
Para falar da pintura grega é necessário fazer referência à cerâmica, já que foi precisamente na decoração de ânforas, pratos e utensílios, cuja comercialização era um negócio muito produtivo na antiga Grécia, que a arte da pintura pôde se desenvolver. No começo, os desenhos eram simplesmente formas geométricas elementares com motivos circulares e semicirculares, dispostos simetricamente. A técnica aplicada nesse trabalho foi herdada das culturas cretense e micênica, de onde se originou a denominação de geométrico conferida a esse primeiro período (séculos IX e VIII a.C.) - que mal se destacavam na superfície.
Com o passar do tempo, elas foram gradativamente se enriquecendo, até adquirir volume. Surgiram então os primeiros desenhos de plantas e animais guarnecidos por adornos chamados de meandros. Numa etapa próxima, já no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), começou a ser incluída nos desenhos a figura humana, que apresentava um grafismo muito estilizado. E, com o aparecimento de novas tendências naturalistas, ela passou a ser cada vez mais utilizada nas representações mitológicas, o que veio a aumentar sua importância. Nesta época aparecem duas técnicas bem distintas, e influenciaram a  produção da imagem em vasos. A primeira foi a pintura da figura em preto sobre fundo vermelho, que dava ênfase a silhueta dos personagens para que os mesmo não se fundissem em um só elemento, contudo tornava o estudo do escorço difícil. Logo após apareceu a figura em vermelho sobre fundo negro, que deu uma relação mais perceptual a imagem, possibilitando perspectivas e formas mais arrojadas.
 
         As cenas eram apresentadas em faixas horizontais paralelas que podiam ser visualizadas ao se girar a peça de cerâmica. Com a substituição do cinzel pelo pincel e com a pintura de figuras vermelhas sobre o fundo branco, os traçados se tornaram mais precisos e ricos em detalhes. As peças de cerâmica pintadas começam a experimentar uma perceptível decadência durante o classicismo (séculos IV e V a.C.). No entanto, passado um bom tempo, elas acabaram ressurgindo triunfantes no período helenístico (século III), totalmente renovadas, cheias de cor e ricamente decoradas.

A pintura grega é também conhecida não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos.

     Escultura
         As primeiras esculturas gregas (século IX a.C.) não passavam de pequenas figuras humanas feitas de materiais muito delicados e fáceis de manipular, como a argila, o marfim ou a cera. Estas formas só se alteraram no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), quando os gregos começaram a trabalhar a pedra. Os motivos mais comuns das primeiras obras eram simples estátuas de rapazes (kouros) e moças (korés), que guardavam uma grande semelhança com as esculturas egípcias, as quais, obviamente, lhes haviam servido de modelo. O abandono definitivo dos padrões orientais ocorreu com o advento do classicismo (séculos V e IV a.C.), que deu a estatuária grega um caráter próprio. Foi o consciencioso estudo das proporções que veio oferecer a possibilidade de se copiar fielmente à anatomia humana, e com isso os rostos obtiveram um ganho considerável em expressividade e realismo.

O conceito de contraposto - posição na qual a escultura se apoiava totalmente numa perna, deixando a outra livre, foi introduzido posteriormente, com isso, o princípio do dinamismo tomou forma nas representações de atletas em plena ação. Entre os grandes artistas do classicismo estão: Policleto, Miron, Praxíteles e Fídias. Contudo, não se pode tampouco deixar de mencionar Lisipo, que, nas suas tentativas de plasmar as verdadeiras feições do rosto, conseguiu acrescentar uma inovação a esta arte, criando os primeiros retratos.

Durante o período helênico (século III a.C.), as formas são comparadas com as do classicismo, no entanto, vão se sofisticando ao longo do tempo. O resultado disso foi o surgimento de obras de inigualável monumentalidade e beleza. É interessante esclarecer que, tanto por sua função religiosa quanto pela sua importância como elemento decorativo, a escultura estava estreitamente ligada à arquitetura. Isso se evidencia nas estátuas trabalhadas nas fachadas, colunas e interiores dos templos.
     Arquitetura
        Não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte grega ao Ocidente. Suas origens devem ser procuradas no megaron micênico. Este aposento, de morfologia bastante simples, apesar de ser a acomodação principal do palácio do governante, nada mais era do que uma sala retangular, à qual se tinha acesso através de um pequeno pórtico (pronaos), e quatro colunas que sustentavam um teto parecido com o atual telhado de duas águas. No princípio, esse foi o esquema que marcou os cânones da edificação grega.
        Foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se configurou o templo grego tal como o conhecemos hoje. No princípio, os materiais utilizados eram o adobe - para as paredes - e a madeira - para as colunas. Mas, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo em desuso, sendo substituídos pela pedra. Essa inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova fileira de colunas na parte externa (peristilo) da edificação, fazendo com que o templo obtivesse um ganho no que toca a monumentalidade.
Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos: o dórico, ao sul, nas costas do Peloponeso, e o jônico, a leste. Os templos dóricos eram em geral baixos e maciços. As grossas colunas que lhes davam sustentação não dispunham de base, e o fuste tinha forma acanelada. O capitel, em geral muito simples, terminava numa moldura convexa chamada de eqüino. As colunas davam suporte a um entablamento (sistema de cornijas) formado por uma arquitrave (parte inferior) e um friso de tríglifos (decoração acanelada) entremeado de métopas.
A construção jônica, de dimensões maiores, se apoiava numa fileira dupla de colunas, um pouco mais estilizadas, e apresentava igualmente um fuste acanelado e uma base sólida. O capitel culminava em duas colunas graciosas, e os frisos eram decorados em altos-relevos. Mais adiante, no período clássico (séculos V e IV a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos veio se somar um outro, o coríntio, que se caracterizava por um capitel típico cuja extremidade era decorada por folhas de acanto. As formas foram se estilizando ainda mais e acrescentou-se uma terceira fileira de colunas. O Partenon de Atenas é a mais evidente ilustração desse brilhante período arquitetônico grego. Na época da hegemonia helenística (século III a.C.), a construção, que conservou as formas básicas do período clássico, alcançou o ponto máximo de suntuosidade. As colunas de capitéis ricamente decorados sustentavam frisos trabalhados em relevo, exibindo uma elegância e um trabalho dificilmente superáveis.

4. Arte Romana
    Os Grandes conquistadores

O desenvolvimento da arte romana começou a partir do século II a.C., época em que Roma já dominava a totalidade do Mediterrâneo e avançava com passos firmes sobre o norte da Europa e a Ásia. Duas importantes culturas convergiram no período: a etrusca e a grega. A primeira, presente desde o início, no século VIII a.C., se caracterizava por um acentuado orientalismo, fruto do estreito contato comercial que os etruscos mantinham com outros povos da bacia do Mediterrâneo.
Quanto à influência grega, o processo de helenização dos romanos tornou-se intensivo a partir do século IV a.C. e se traduziu em todos os âmbitos da cultura: a escultura, a arquitetura, a literatura e, inclusive, a religião e a língua. Ou se mandavam trazer da Grécia esculturas, colunas e objetos de todo tipo, ou se faziam cópias dos originais nas oficinas da cidade. O espírito romano, mais prático e menos lírico, não demorou muito a oferecer sua própria versão do estilo.
Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como demonstração de grandeza. Não apenas mudou totalmente a imagem da capital como também a do resto das cidades do império. Palácios, casas de veraneio, arcos de triunfo, colunas com estelas comemorativas, alamedas, aquedutos, estátuas, templos, termas e teatros foram erguidos ao longo e ao largo dos vastos e variados domínios do império romano.
     Pintura
         A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século II a.C., na época da república, disseminou-se entre as famílias patrícias, empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de mandar que se fizessem imitações da opulenta decoração de templos e palácios, tanto na casa em que vivia quanto naquela em que passavam o verão. Graças a um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes portas entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.
Além dos ornamentos palacianos, os temas favoritos escolhidos por essa arquitetura fictícia eram quase sempre cenas da mitologia grega, vistas de cidades ou praças públicas e bucólicas paisagens tipicamente romanas. Com o tempo, aproximadamente na metade do império, esse costume deixou de ser moda e foi se atenuando, até que as grandes pinturas murais acabaram tendo reduzido suas dimensões, para transformarem-se finalmente em pequenas imagens destinadas a obter efeitos decorativos.

Cena de culto de Dionísio

Isso se passava no âmbito da pintura propriamente dita, porque, convivendo com ela nos lares abastados e em não raros edifícios públicos, o mosaico foi o outro grande favorito na decoração de interiores romana. Os temas prediletos para a aplicação dessa complicada e minuciosa técnica foram, por um lado, o retrato, que podia ser bem pessoal ou apresentar um caráter familiar, e, por outro, as onipresentes cenas mitológicas, além das paisagens rurais ou das marinhas, com sua fauna e flora.

Retrato mortuário 
Os retratos assim como os bustos tinham a função de imagem mortuária, que comumente ficava nos túmulos daqueles que deveriam ser lembrados. A busca pictórica do artista dava a imagem uma certa noção de volume, no entanto, a ampliação e a ênfase em certos traços, como os olhos, demasiadamente grandes, perdia a noção de proporção. Contudo, a intenção do artista no retrato acima era transferir à imagem um ar de jovialidade e ternura presentes nos personagens.
Escultura
Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar as obras mais valiosas de Fídias, Policleto ou Praxítenes, eles tomavam providências no sentido de que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de copistas. Pode-se dizer que quase todas elas logo atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do império compensou com quantidade sua falta de originalidade.
Encontrando na escultura a maneira ideal de perpetuar a história e seus protagonistas, proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas eqüestres de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçada praticamente à categoria de deuses. 
Os bustos eram uma tradição fúnebre das famílias que queriam perpetuar a imagem de um ente importante. No entanto, com a ascensão de Roma no mundo e a força dos seus imperadores, os bustos passaram de documental para expressivos, revelando em uma imagem a objetividade das emoções humanas, a fim de transmitir medo, compaixão, crueldade, desconfiança..., Aos olhos do observador.

Cláudio Tibério

 
Batalha entre soldados romanos e dacos

A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomaram forma nos relevos. Num primeiro momento foram utilizados como suporte os frontispícios de templos e arcos de triunfo.
No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornarem um espaço exíguo para conter o volume dos acontecimentos que deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do império. A riqueza de detalhes era uma das características desse trabalho.
As ações e expressões humanas deveriam passar todos os sentimentos no momento dos fatos, tendo uma narrativa quase verossímil, a fim de criar uma natureza forte e vitoriosa que seria transmitido para todos que a visse a narrativa.  
Arquitetura 
Embora não haja dúvida de que as obras arquitetônicas romanas tenham resultado da aplicação das proporções gregas à arquitetura de abóbadas dos etruscos, também é certo que lhes falta um caráter totalmente próprio, um selo que as distinga. Para começar, a partir do século II a.C., os arquitetos da antiga Roma dispunham de dois novos materiais de construção. Um deles, o opus cementicium - uma espécie de concreto armado - era um material praticamente indestrutível. Do outro lado estava o opus latericium, o ladrilho, que permitia uma grande versatilidade. Combinado com o primeiro material, ele oferecia a possibilidade de se construírem abóbadas de enormes dimensões e, apesar disso, muitos leves. Os romanos também modificaram a  linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e composto.
A evolução da arquitetura romana reflete-se fundamentalmente em dois âmbitos principais: o das escolas públicas e o das obras particulares. As primeiras (por exemplo, templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos) eram obras que apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades.


Coliseu Romano

         Por outro lado, as segundas, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia, se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração faustosa e distribuída em torno de um jardim. A plebe, ao  invés disso, vivia em construções de vários pavimentos chamados de insulae, muito parecidos com nossos atuais edifícios, com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambiente nesses recintos.
Seus característicos tetos de telha de barro cozido ainda subsistem em pleno século XX. A engenharia civil merece um parágrafo à parte. Além de construir caminhos que ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas. O conceito de grande urbe que tinham os romanos definitivamente era muito semelhante ao que existe em nossos dias.

Aqueduto Romano

Os esquemas a seguir mostram a estrutura básica dos arcos e abóbadas. A construção de um arco (A) requer uma armação temporária de madeira, chamada cimbre, para sustentar as aduelas (peças de tijolo ou pedra que compõem o arco) até ser colocada a chave no centro da estrutura. Os arcos estão apoiados sobre as impostas (B), duas peças que também podem ser colocadas sobre os capitéis de duas colunas que substituem o muro. Uma sucessão de arcos de meio ponto (C) forma uma abóbada semicilíndrica, que, por sua vez, pode ser agrupada com outras (D) para cobrir um espaço. Outro tipo de abóbada é a de aresta (E), que resulta da interseção de duas abóbadas semicilíndricas.